Avião que ia para a Inglaterra com 242 pessoas a bordo cai na Índia

Um avião com 242 pessoas caiu num alojamento de médicos perto do aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia.

A aeronave seguia para o aeroporto de Gatwick em Londres, no Reino Unido.

Autoridades confirmaram que 230 passageiros e 12 membros da tripulação estavam a bordo.

O chefe de polícia de Ahmedabad confirmou à BBC que até o momento 204 corpos foram retirados do local do acidente.

Ainda não se sabe se todas essas vítimas estavam no avião, ou se algumas se encontravam no alojamento onde a aeronave caiu.

O representante da polícia local ainda confirmou que outras 41 pessoas estão feridas e foram encaminhadas para hospitais.

Entre os passageiros, havia 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.

O avião decolou do aeroporto às 13h38 no horário local, 5h08 de Brasília.

Foi emitido um pedido de socorro ao controle de tráfego aéreo, mas a aeronave não enviou novas comunicações na sequência, segundo as informações disponíveis até o momento.

Após a decolagem, o avião caiu fora do perímetro do aeroporto.

Um oficial sênior da polícia em Ahmedabad afirma que policiais, bombeiros e outros trabalhadores civis chegaram ao local do acidente em poucos minutos. As operações de resgate ainda estão em andamento.

Fonte: BBC

Restrição de Trump a vistos de estrangeiros é ‘aviso’ a Alexandre de Moraes, diz deputada dos EUA

A decisão do governo Donald Trump em restringir a emissão de vistos a estrangeiros que, na visão da Casa Branca, pratiquem censura a cidadãos dos Estados Unidos, é um aviso ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A afirmação foi feita pela deputada do Partido Republicano, María Elvira Salazar.

Em publicação no X, a parlamentar ressaltou o apoio à decisão do governo norte-americano ” de negar vistos dos EUA a autoridades estrangeiras que silenciam americanos no exterior”. A alteração na política foi confirmada nesta quarta-feira, pelo secretário de Estado de Trump, Marco Rúbio, em declaração compartilhada pela Embaixada dos EUA no Brasil.

“Que isso sirva de aviso aos tiranos do mundo todo e aos simpatizantes autoritários como o brasileiro Alexandre de Moraes: se você tentar censurar cidadãos americanos, mesmo além de nossas fronteiras, você não será bem-vindo nos Estados Unidos”, disse a deputada.

Salazar sinalizou ainda que a política pode garantir a manutenção da liberdade de expressão dos cidadãos norte-americanos. “Os dias em que os repressores aproveitavam nossas liberdades enquanto as negavam aos outros acabaram. A liberdade de expressão é sagrada e nós a defenderemos em todos os lugares”, finalizou.

Relembre

Recentemente, Elon Musk, dono do X, esteve no centro de uma polêmica com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ministro bloqueou o X no Brasil no dia 30 de agosto de 2024, após a empresa fechar o escritório no Brasil e deixar de ter um representante legal.

À época, o bilionário norte-americano, que deixou o governo de Trump nesta semana, anunciou o fechamento da sede da empresa no Brasil após a rede ser multada por se recusar a cumprir a determinação de retirar do ar perfis de investigados pela Corte pela publicação de mensagens consideradas antidemocráticas.

O desbloqueio só foi efetuado em outubro, após Musk pagar R$ 28,6 milhões em multas.

Fonte: O Tempo

Governo Trump confirma que Moraes pode sofrer sanções nos EUA: ‘Em análise’

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes pode sofrer sanções nos EUA.

É a primeira vez que o governo Trump cita uma possível punição contra Moraes. “Está em análise neste momento e há uma grande possibilidade de acontecer”, declarou Rubio ontem ao questionado sobre o tema durante uma audiência no Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Representantes dos EUA.

O descontentamento com decisões do ministro motivou apelos por sanções internacionais nos EUA, com base em uma lei americana. A Lei Magnitsky ganhou destaque no debate público após ser apontada por críticos de Alexandre de Moraes como possível base legal para sanções contra o ministro nos EUA.

Críticos do magistrado defendem sua inclusão na lista de sanções dos EUA por supostas violações de direitos humanos. Aprovada em 2012 e ampliada em 2016, a Lei Magnitsky permite que os EUA apliquem sanções unilaterais contra estrangeiros acusados de corrupção grave ou violações sistemáticas de direitos humanos.

O que diz a lei

As punições incluem o bloqueio de bens em solo americano, o congelamento de contas e a proibição de entrada no país. Não há necessidade de processo judicial — basta uma decisão do Executivo com base em relatórios ou documentos de organizações internacionais, imprensa e testemunhos.

As sanções podem ser impostas com base em provas não judiciais, mas precisam de fundamentação plausível. Elas se aplicam a responsáveis por execuções extrajudiciais, tortura, detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados e outras violações flagrantes dos direitos à vida, à liberdade e à segurança, segundo o texto da própria legislação americana. A definição de “graves violações” está ancorada em tratados internacionais e exige conduta sistemática. Também podem ser punidos agentes que reprimem denúncias de corrupção ou impedem o trabalho de jornalistas e defensores de direitos.

Moraes tem sido alvo de pressões por parte do governo americano. Em fevereiro, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou uma mensagem com referências explícitas à determinação feita por Moraes para que contas de bolsonaristas fossem excluídas de um serviço online americano. “O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil”, afirmou o órgão.

“Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, dizia o texto.

Fonte: UOL

Ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica morre aos 89 anos

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-presidente, ex-guerrilheiro e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. A notícia foi confirmada pelo atual presidente uruguaio e aliado de Pepe, Yamandú Orsi.

“Com profunda dor comunicamos que faleceu nosso companheiro Pepe Mujica. Presidente, militante, referência, liderança. Vamos sentir muito sua falta, velho querido! Obrigado por tudo que nos deste e por teu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.

“Don” Pepe, que completaria 90 anos no próximo dia 20, havia anunciado, em abril do ano passado, ter recebido diagnóstico de câncer no esôfago. Desde então, passou a ter uma vida mais reclusa, com raras aparições. Ele vivia em uma chácara nos arredores de Montevidéu.

O tumor acabou se espalhando para outras partes do corpo, e Mujica vinha fazendo tratamento paliativo nos últimos tempos, segundo declarou sua esposa, Lucia Topolanksy, ao jornal uruguaio La Diaria. De acordo com ela, o ex-presidente estava em estágio terminal e recebendo conforto por parte da equipe médica. Por causa das condições de saúde, Pepe não chegou a ir votar nas eleições regionais do país, realizadas no último domingo (11).

Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015. Ele era conhecido como “presidente mais pobre do mundo”, por seu estilo de vida simples. Dirigia um fusca dos anos 1970 e doava parte do salário para projetos sociais. Também ficou marcado pelas reflexões políticas com forte teor filosófico.

Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Mujica se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.

“Me dediquei a mudar o mundo e não mudei nada, mas me diverti. E gerei muitos amigos e muitos aliados nessa loucura de mudar o mundo para melhorá-lo. E dei sentido à minha vida”, revelou o político em entrevista ao jornal espanhol El País, em novembro de 2024.

Guerrilheiro

Nascido em 1935 em uma família de origem humilde, nos arredores de Montevidéu, Mujica entrou para política ao fundar o Movimento de Libertação Nacional Tupamaros, grupo guerrilheiro urbano que operou nos anos 1960 e 1970 e enfrentou a ditadura civil-militar no Uruguai (1973-1985).

Sua atividade no movimento Tupamaros lhe custou cerca de 14 anos de prisão, tendo sido preso quatro vezes, ferido por seis tiros e escapado da prisão em duas ocasiões. A história da prisão de Mujica, torturado e jogado na solitária por longos anos, foi contada pelo longa-metragem Uma Noite de 12 Anos, dirigido pelo uruguaio Álvaro Brechner.

Em entrevista ao jornalista brasileiro Emir Sader, Mujica revelou que, para suportar a solitária, teve que se relacionar com animais. “Se você pegar uma formiga e colocá-la perto do ouvido, vai ouvi-la gritar. Isso eu aprendi no calabouço. [Também] guardava umas migalhas de pão porque havia uma ratazana que aparecia sempre lá”, contou.

Presidente

Com o fim da ditadura, Mujica foi libertado e participou da criação do Movimento de Participação Popular, que compõe a chamada Frente Ampla, grupo de organizações de esquerda e centro-esquerda que levou Mujica à Presidência da República do pequeno país sul-americano. Antes, foi deputado federal, ministro da Agricultura e senador.

Fonte: Agência Brasil

Lula defende viagem à Rússia e diz que críticas são “exploração política”

O presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) defendeu a sua visita à Rússia e o encontro com o líder Vladimir Putin, afirmando que as críticas contra sua presença na parada militar que marcou os 80 anos da derrota dos nazistas são “exploração política”.

A viagem de Lula a Moscou e o encontro com Putin receberam críticas de alguns setores no Brasil e no exterior, com representantes do governo ucraniano afirmando, por exemplo, que o líder brasileiro não tem mais condições de tentar ajudar a mediar um acordo de paz entre os dois lados.

Além disso, parte da oposição no Brasil criticou o fato de o presidente ter participado da parada do dia da vitória ao lado de vários ditadores, como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Aleksandr Lukashenko, de Belarus.

“Eu não vejo qual é a crítica que se possa fazer a um país que perdeu 26 milhões de jovens (durante a Segunda Guerra Mundial) fazer a comemoração que foi feita”, disse ele.

Lula diz que as críticas são fruto de exploração política e que era importante ter ido a Moscou. “Se tudo for exploração política, você não pode fazer nada”, disse ele, garantindo que a sua presença nas comemorações não o desabilita como potencial mediador da paz.

“A posição do Brasil é muito, mas muito, muito sólida. Ou seja, independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ir à China, independente de eu ir à Argentina, independente de eu ir a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: nós queremos paz”, afirmou.

As declarações foram dadas em entrevista coletiva antes de sua partida para a China, próxima etapa de sua agenda de viagens.

Ao ser questionado sobre o impacto de sua visita à Rússia em meio ao conflito, Lula disse que fez “questão de vir aqui pra dizer que o Brasil está defendendo o fortalecimento do multilateralismo”.

Ele também criticou o avanço do protecionismo: “Querer voltar à teoria do protecionismo não interessa a ninguém, a não ser a quem propôs a ideia.”

O presidente relatou que discutiu diretamente com Vladimir Putin, em encontro bilateral realizado na quinta-feira (9), o desejo do Brasil por uma resolução pacífica para o conflito.

Ele disse que vai continuar trabalhando e torcendo pela paz e pelo fim do conflito na Europa, colocando-se à disposição para ajudar a facilitar o diálogo “desde que os dois lados queiram a paz”.

Lula também destacou que toda a Europa deveria “estar festejando o dia de ontem”, quando questionado sobre as comemorações dos 80 da vitória da Segunda Guerra Mundial realizadas na Rússia.

Além disso, criticou os altos investimentos de países em armamentos, reiterando que os recursos poderiam ser direcionados a outras prioridades globais, como o combate à fome.

Fonte: CNN

Quem é o novo papa? Conheça Robert Francis Prevost, o Leão XIV, sucessor de Francisco

A tão esperada fumaça branca que anuncia a eleição do novo papa foi expelida nesta quinta-feira (8) da chaminé da capela Sistina, no segundo dia de conclave. O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão XIV.

Ele foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro.

Papa americano

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.

Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.

Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.

Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.

Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.

Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou a principal crise de sua trajetória: em 2023, três mulheres acusaram Prevost de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças.

Segundo as denúncias, uma das vítimas telefonou para Prevost em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.

Durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja moderna.

Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Como foi o conclave

O conclave para a eleição do novo papa começou na quarta-feira (7), com a presença de 133 cardeais – sete deles são brasileiros. Na primeira rodada da votação, na quarta à tarde, deu fumaça preta.

O mesmo ocorreu após a segunda e a terceira rodadas, na manhã desta quinta. Para a tarde, havia a previsão de uma quarta rodada de votação perto de 12h30 (no horário de Brasília) — a fumaça branca saiu por volta das 13h07 (de Brasília).

Fonte: G1

‘Habemus Papam’: fumaça branca anuncia que novo papa foi escolhido

Um novo papa foi escolhido no Vaticano hoje. Às 13h08 (em Brasília), uma fumaça branca subiu nas chaminés da capela Sistina, indicando ao mundo que a Igreja Católica Apostólica Romana já possui um novo líder, após quatro escrutínios.

Identidade e nacionalidade do 267º papa ainda não foram reveladas. Nas próximas horas, o cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, aparecerá na sacada da Basílica de São Pedro e anunciará, com detalhes, o “Habemus Papam!” (‘temos um papa’, em latim).

Após o anúncio, o novo pontífice fará sua primeira aparição como líder da Igreja Católica. Na sequência, ele realizará a benção “urbi et orbi” (à cidade e ao mundo) aos fiéis.

Fonte: UOL

Fumaça preta sobe no Vaticano e cardeais não elegem novo papa

A tradicional fumaça preta surgiu da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (7), por volta das 16h do horário de Brasília, indicando que os cardeais ainda não chegaram a um consenso sobre o novo papa. A cor escura da fumaça, gerada pela queima das cédulas de votação, sinaliza que nenhum dos 133 cardeais eleitores obteve os dois terços necessários para ser escolhido pontífice.

O resultado era esperado, segundo especialistas no Vaticano, já que a primeira votação costuma servir para testar nomes e medir forças entre os diferentes blocos ideológicos do colégio cardinalício.

O conclave será retomado nesta quinta-feira (8) com duas novas rodadas de votação: uma pela manhã e outra à tarde, caso o novo papa ainda não seja escolhido no primeiro escrutínio do dia. Todas as sessões são realizadas a portas fechadas, sob absoluto sigilo, na Capela Sistina — cenário clássico dos afrescos de Michelangelo.

A última vez em que a Igreja Católica vivenciou esse processo foi há 12 anos. Na ocasião, o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa Francisco na tarde do segundo dia de conclave, em 2013, após cinco votações.

Enquanto a decisão não vem, fiéis e turistas seguem reunidos na Praça de São Pedro, atentos à pequena chaminé no alto da Capela Sistina, à espera da tão aguardada fumaça branca que anunciará ao mundo: Habemus Papam.

Fonte: Infomoney

Ninguém quer ser Papa e conclave é ‘caixa de surpresas’, diz cardeal brasileiro

Apesar do clima de campanha no Vaticano, nenhum cardeal quer ser Papa. Quem afirma é o decano dos cardeais brasileiros, Dom Raymundo Damasceno. Aos 88 anos, ele é o único representantes do país que não votará por causa da idade, embora tenha participado das reuniões preparatórias para o conclave.

— Ninguém quer ser Papa. Quem quer ser é porque não sabe o tamanho da missão — afirma o arcebispo emérito de Aparecida.

Damasceno diz que o resultado da eleição é imprevisível, embora os vaticanistas costumem fazer listas de favoritos.
— O conclave é uma caixa de surpresas — afirmou, pouco antes de os colegas seguirem para o isolamento. — Há sempre uma surpresa. Só em alguns conclaves você percebe alguma coisa antes. No caso do Papa Francisco, não se previa. Ele era desconhecido.

O cardeal disse se sentir confortável com o fato de não poder votar.

—Você dorme mais tranquilo. Não tem preocupação de escolher, deixa para os outros cardeais — brincou. —Também estou curioso para ver quem vai sair, né? Quero estar na praça, no meio do povo.

Embora não aponte favoritos, ele disse que três cardeais italianos “chamaram a atenção” ao falar nas reuniões pré-conclave: Pietro Parolin, Matteo Zuppi e Pierbattista Pizzaballa.

O decano dos cardeais brasileiros contou que espera uma eleição breve, apesar de muitos cardeais terem reclamado da falta de tempo para conhecer os colegas.

— Creio que o conclave poderá durar no máximo quatro dias. Não mais do que isso — sentenciou.

Damasceno participou das votações de 2013, que elegeram o Papa Francisco. Questionado, disse não poder revelar seu voto. Ele afirmou que o fato de a eleição ocorrer diante do afresco do “Juízo Final”, de Michelangelo, reforça o peso nas costas dos cardeais eleitores:

— Aquilo gera uma responsabilidade. Você vai ser julgado pelo seu voto também. O que está movendo seu voto? São interesses e simpatias ou é o bem da Igreja?

Fonte: O Globo

Warren Buffett vai doar 99% da fortuna para causas sociais

O empresário e investidor Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, anunciou a aposentadoria, encerrando uma carreira como um dos maiores nomes do mercado financeiro. Aos 94 anos, o bilionário deixará o comando da empresa, com sucessão já definida. Porém, o que mais chama a atenção é que a fortuna acumulada nos últimos anos será doada. O valor doado pode chegar a US$ 159,39 bilhões (algo em torno de R$ 900 bilhões).

Buffett anunciou no sábado a aposentadoria. Ele lidera a holding Berkshire Hathaway há mais de 60 anos. Atual vice-presidente, Greg Abel, deve ocupar o lugar de CEO. Investidor disse que não tem qualquer intenção de vender ações da empresa, mas que pode, “eventualmente”, doá-las.

Ele já começou a doar. Ele iniciou em 2006 um processo de doação do dinheiro que acumulou, em que se comprometeu a doar 99,5% da riqueza, seja durante a vida ou no testamento.

Com uma fortuna estimada em US$ 168 bilhões (R$ 949 bilhões), o empresário já doou mais de US$ 46 bilhões até 2023. Doações vão principalmente para causas relacionadas à saúde, educação e combate à pobreza, como Oxfam (confederação internacional de ONGs que trabalham para combater a pobreza, as desigualdades e a injustiça em todo o mundo) e World Food Programme, da ONU (Organização das Nações Unidas).

Bilionário tem se alinhado com a Bill & Melinda Gates Foundation e outras organizações filantrópicas. Ainda com Bill Gates, fundou o The Giving Pledge em 2010, convidando outros bilionários a seguir o exemplo de doação. Mais de 200 bilionários, incluindo nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg, assinaram o compromisso.

Parte da fortuna também foi destinada a fundações vinculadas à própria família. A Warren Buffett Foundation, por exemplo, é uma das entidades que recebe uma porção do dinheiro —valores nunca foram relevados.

Buffett também fez doações substanciais a diversas universidades e instituições de ensino. Isso inclui a Universidade de Nebraska-Lincoln e a Universidade de Columbia, onde ele se formou. Além disso, algumas universidades receberam doações direcionadas ao financiamento de bolsas de estudo e à promoção de pesquisas.

Fonte: UOL

Cardeais entram em reclusão antes do conclave para eleger novo papa

Os cardeais que participarão do conclave para eleger um novo papa começaram nesta terça-feira (6) a fazer o check-in em dois hotéis do Vaticano, onde ficarão impedidos de ter contato com o mundo exterior enquanto decidem quem deve suceder o papa Francisco.

O conclave começará a portas fechadas na Capela Sistina na tarde de quarta-feira (7), com todos os cardeais com menos de 80 anos de idade podendo votar em quem deve ser o próximo líder da Igreja, que congrega 1,4 bilhão de membros em todo o mundo.

A corrida para suceder Francisco, que morreu no mês passado, é vista como muito aberta. Embora alguns nomes tenham sido citados como possíveis favoritos, vários dos 133 cardeais que deverão votar no conclave disseram que não sabem quem será o próximo papa.

“Não tenho nenhum palpite”, disse o cardeal Robert McElroy durante uma visita a uma paróquia em Roma na noite de segunda-feira (5).

O processo do conclave é “profundo e misterioso”, afirmou McElroy, o arcebispo de Washington. “Não posso lhe dar nenhuma ideia de quem está à frente”, disse ele.

Alguns cardeais estão procurando um novo papa que dê continuidade à iniciativa de Francisco de criar uma Igreja mais transparente e acolhedora, enquanto outros estão buscando um retorno às raízes mais tradicionais que valorizam a doutrina.

Os conclaves geralmente se estendem por vários dias, com várias votações realizadas antes que um candidato obtenha a maioria necessária de três quartos para se tornar papa.

Durante o período do conclave, os cardeais votantes ficarão em duas hospedarias do Vaticano e farão um juramento de não entrar em contato com ninguém que não esteja participando da votação secreta.

Francisco tinha como prioridade nomear cardeais de países que nunca os tiveram antes, como Haiti, Sudão do Sul e Mianmar.

Esse conclave será o mais diversificado geograficamente nos 2 mil anos de história da Igreja, com a participação de clérigos de 70 países.

O cardeal japonês Tarcisio Isao Kikuchi disse ao jornal La Repubblica que muitos dos 23 cardeais da Ásia que votarão no conclave planejam votar em bloco.

Ele contrastou a estratégia deles com a dos 53 cardeais da Europa, que são conhecidos por votar em termos de países individuais ou outras preferências pessoais.

“Nós, asiáticos, provavelmente somos mais unânimes em apoiar um ou dois candidatos… veremos qual nome sairá como o principal candidato”, declarou Kikuchi.

Fonte: Agência Brasil

Conclave: Vaticano divulga fotos de reforma e preparação da Capela Sistina

O Vaticano divulgou novas imagens da preparação e de reformas que estão sendo feitas na Capela Sistina para o conclave, a eleição secreta que elegerá o próximo papa.

É possível ver reparos sendo feitos em pinturas no edifício, assim como estruturas de madeira. As fotos também mostram a instalação da chaminé que é usada para informar se os cardeais chegaram a um resultado positivo ou não.

Durante o conclave, os clérigos não podem se comunicar com pessoas de fora do Vaticano. Autoridades fazem varreduras na capela antes da eleição em busca de câmeras e microfones escondidos.

A eleição para o sucessor do papa Francisco terá início no dia 7 de maio. Cardeais ouvidos pela imprensa esperam que a votação dure no máximo três dias.

Saiba mais sobre a Capela Sistina

A capela que reeberá o conclave recebeu o nome do papa Sisto IV e foi construída entre 1473 e 1481.

A estrutura tem 40 metros de comprimento, 13 metros de largura e 21 metros de altura, é iluminada em todos os lados por janelas altas.

O famoso artista Michelangelo foi contratado por Júlio II para fazer as pinturas do teto, chamadas de afrescos, concluídas entre 1508 e 1512.

Fonte: CNN

Quem é o bispo brasileiro que está na organização do funeral de Francisco e da escolha do novo papa

O bispo brasileiro dom Ilson de Jesus Montanari, de 65 anos, natural de Sertãozinho, no interior de São Paulo, é, desde 2020, vice-camerlengo da Igreja Católica e do Vaticano. Com essa função, ele é o segundo na hierarquia de religiosos que assumiram as funções administrativas após a morte do papa Francisco.

Dom Ilson está abaixo apenas do camerlengo, o cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, nomeado pelo próprio Francisco em 2019. Entre as funções do camerlengo estão cuidar e administrar os bens e direitos temporais da Igreja durante a Sé Vacante e de verificar a morte do papa.

Funcionários diretos do pontífice, os camerlengos são responsáveis pelos ritos funerários após a morte do líder da Igreja e também por convocar o conclave, reunião que irá eleger o sucessor de Francisco.

O brasileiro cumpre ainda as funções de secretário do Colégio dos Cardeais e do Dicastério para os bispos. Ele foi ordenado padre em 1989, em Ribeirão Preto, cidade onde estudou Direito, Economia e Filosofia. Cursou ainda Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, em 1985.

Depois de exercer várias funções na Arquidiocese de Ribeirão Preto, como a de professor de Teologia e coordenador de pastoral, dom Ilson retornou a Roma em 2002 para cursar Teologia Dogmática, também na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Em outubro de 2013, foi nomeado pelo Papa Francisco como secretário da Congregação para os Bispos, com a dignidade de arcebispo e recebeu do arcebispo da Arquidiocese de Ribeirão Preto, dom Moacir Silva, a ordenação episcopal, tornando-se bispo.

Morte do papa 

O papa Francisco morreu na segunda-feira, 21, aos 88 anos após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e teve insuficiência cardíaca.

De acordo com o relatório médico, o papa tinha histórico de insuficiência respiratória aguda causada por pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II.

Nesta quarta-feira, 23, às 6h, horário do Brasil, foi aberto ao público o velório do corpo do papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

A visitação poderá ser feita até às 19h, horário de Brasília. Na quinta-feira, 24, e na sexta-feira, 25, a visitação será permitida das 2h às 19h, também de acordo com a hora do Brasil.

Fonte: Terra

Papa Francisco morre aos 88 anos, diz Vaticano

O papa Francisco, uma voz dos pobres que reformulou a Igreja Católica, morreu aos 88 anos, nesta segunda-feira, 21. A morte do papa foi anunciada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano.

“Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, disse um comunicado do camerlengo.

Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja.

Farrell continuou: “Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.

“Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, concluiu a declaração.

O pontífice argentino passou por episódios de dificuldades respiratórias no começo do ano. Ele ficou internado por quase 40 dias no Hospital Gemelli e recebeu alta no dia 23 de março.

Em seguida, o papa recebeu um diagnóstico de pneumonia nos dois pulmões, uma condição que pode inflamar e cicatrizar os órgãos, dificultando a respiração.

O Vaticano descreveu a infecção do papa como “complexa” e explicou que foi causada por dois ou mais microrganismos.

Enquanto esteve no hospital, o pontífice apresentou diferentes quadros de saúde, tendo pioras seguidas de melhoras.

Durante a internação, Francisco sofreu uma “crise respiratória prolongada semelhante à asma” e precisou de transfusões de sangue em decorrência de uma baixa contagem de plaquetas, associada à anemia.

O pontífice também esteve em “estado crítico” enquanto internado e apresentou insuficiência renal inicial leve.

O papa chegou a gravar um áudio para os fiéis agradecendo orações pela melhora da sua saúde.

A mensagem ocorreu após o Vaticano dizer que o pontífice permaneceu estável e não teve nenhum novo episódio de crise respiratória.

Contudo, os médicos denominaram o prognóstico do papa de “reservado”, o que significa que ele ainda não estava fora de perigo.

Os episódios respiratórios de Francisco exigiram que ele usasse ventilação mecânica não invasiva, que envolve colocar uma máscara sobre o rosto para auxiliar na passagem do ar pelos pulmões.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, assumiu o comando da Santa Sé em março de 2013. Ele marcou a história da Igreja Católica como o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.

Fonte: CNN

Fornecedores da Shein fecham as portas na China após fim de isenção de impostos

Oficinas de vestuário estão fechando em um distrito de Guangzhou apelidado de “Vila Shein”. O motivo é a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a isenção de impostos para pequenas remessas internacionais.

As ruas estreitas do distrito de Panyu estão repletas de oficinas, muitas das quais fornecem para a marca chinesa de fast fashion. Pilhas de bolsas da Shein, que chegam pelo correio aos compradores nos Estados Unidos, podiam ser vistas empilhadas em lojas que estavam abertas no início deste mês.

“Os pedidos da Shein caíram este ano e nossas vendas também”, disse um funcionário de uma oficina que emprega cerca de 20 pessoas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fim da política “de minimis”, que isenta remessas internacionais com valor de varejo igual ou inferior a US$ 800 dos impostos de importação americanos, a partir de 2 de maio.

A medida está aumentando a pressão sobre a economia chinesa, que já sofre com o crescimento lento, à medida que a retração do mercado imobiliário se prolonga. O crescimento econômico real permaneceu estável em 5,4% no trimestre de janeiro a março, em comparação com os três meses anteriores, mas economistas apontam que o segundo trimestre pode ser desafiador.

Lojas on-line como a Shein dependiam fortemente da isenção “de minimis” para atrair consumidores americanos com produtos baratos. Mas as políticas comerciais de Trump forçaram a empresa a ajustar os planos de produção, com os fornecedores arcando com o peso da retração.

“Oficinas fecharam em todos os lugares em apenas dois meses”, disse Li Lianghua, empresário originário da província de Hunan. Li, que administra uma oficina em um prédio de quatro andares em Panyu, apontou para um desses espaços nas proximidades. Pilhas de roupas inacabadas haviam sido abandonadas lá dentro.

A Shein instou fornecedores a se mudarem para o Vietnã como forma de reduzir o impacto dos planos tarifários de Trump. Mas empresas menores não têm recursos para isso, deixando muitas sem outra opção a não ser fechar as portas.

Metade dos quase 20 fornecedores da Shein que operavam no mesmo prédio fecharam. Li parou de receber pedidos da Shein, migrando para vendas diretas nas redes sociais.

Fabricantes em Dongguan, uma cidade a cerca de 90 minutos de carro a leste de Guangzhou, enfrentam dificuldades semelhantes.

Empresas americanas vinham reduzindo sua exposição à China mesmo antes da reeleição de Trump em novembro. Uma fábrica de Dongguan que produz bolsas e artigos de couro perdeu todos os seus contratos com quatro clientes americanos até o final de 2024, deixando de faturar US$ 150 mil em vendas anuais.

“Não temos perspectivas de ganhar novos contratos nos Estados Unidos, então temos que desistir”, disse Liu Xiaodong, que assumiu o negócio de sua mãe em fevereiro. “Fazer negócios com os Estados Unidos agora só traz riscos.”

Ainda assim, a fábrica faturou 25 milhões de yuans (US$ 3,4 milhões) em vendas no ano passado. Cerca de 80% vieram do exterior, incluindo de outros países asiáticos. Os embarques para o Japão, Cingapura e outros destinos asiáticos podem ser feitos de forma mais rápida e barata.

“Vamos dobrar nossos negócios com a Ásia”, disse Liu.

As exportações chinesas para os Estados Unidos aumentaram mais de 9% em março em relação ao ano anterior, em dólares, de acordo com a autoridade alfandegária chinesa. Isso ocorreu porque as empresas aceleraram os embarques para os Estados Unidos em antecipação às novas tarifas.

Mas as exportações para os Estados Unidos devem cair a partir deste mês, devido às tarifas americanas de 145% sobre produtos chineses. Enquanto isso, as exportações para a Ásia e a Europa devem aumentar.

As pressões deflacionárias na China podem se espalhar para outros países se mais exportadores chineses começarem a reduzir os preços para expandir em mercados além dos Estados Unidos.

“A competição de preços nas exportações para a Ásia se intensificará”, disse um executivo da indústria chinesa.

Fonte: Valor Econômico