Mulher que bateu recorde ao viver 130 dias com rim de porco remove órgão após falha

Towana Looney, uma avó de 53 anos do Alabama, nos Estados Unidos, tornou-se a pessoa a viver mais tempo com um transplante de rim de porco na história depois de passar 130 dias com o órgão geneticamente modificado.

Apesar do recorde, complicações inesperadas levaram a mulher a ter que remover o rim em 4 de março, segundo a emissora norte-americana CNN e a revista Science.

Looney, que doou um rim à mãe em 1999 e perdeu a função do rim restante devido a complicações de uma gravidez, passou nove anos dependente de diálise. Em 25 de novembro de 2024, ela recebeu o transplante experimental no Instituto de Transplantes Langone da NYU (Universidade de Nova York).

O rim, desenvolvido pela United Therapeutics, continha dez edições genéticas para reduzir o risco de rejeição e foi o primeiro do tipo usado em uma pessoa viva, de acordo com a empresa.

A cirurgia foi um marco. Looney deixou o hospital 11 dias após o procedimento. “Pela primeira vez desde 2016, aproveitei o tempo com amigos e familiares sem planejar tratamentos”, disse ela em comunicado.

No final de março, porém, a mulher começou a sentir desconforto ao urinar, e exames revelaram níveis elevados de creatinina, indicando falha renal. Internada, ela foi diagnosticada com rejeição aguda, possivelmente desencadeada por uma redução nos medicamentos imunossupressores usados para tratar uma infecção não relacionada ao rim, segundo Robert Montgomery, diretor do Instituto de Transplante da NYU.

Após discussões, a equipe médica e Looney optaram por remover o rim, priorizando sua segurança e preservando a possibilidade de futuros transplantes. “A beleza do xenotransplante com o rim é que temos um salva-vidas”, disse Montgomery à CNN, acrescentando que Looney voltou à diálise e está se recuperando bem.

Nos EUA, mais de 90 mil pessoas aguardam um transplante de rim, e cerca de 13 morrem diariamente na espera, segundo a Rede de Aquisição de Órgãos e Transplante do país.

A diálise, embora útil, oferece apenas 10% a 15% da função de um rim saudável, e metade dos pacientes não sobrevive cinco anos após iniciá-la.

Fonte: R7

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