O Brasil enfrenta uma crise crescente de saúde mental, impulsionada por fatores como estresse, ansiedade e depressão. E um dos principais desafios para lidar com essa situação é o preconceito que envolve o debate sobre o tema, agravando os sintomas e dificultando o acesso ao tratamento adequado.
Dados recentes da Ipsos revelam que 45% dos brasileiros sofrem de ansiedade, com uma prevalência ainda maior entre mulheres e jovens. Além disso, 19% da população declarou enfrentar a depressão, evidenciando a necessidade urgente de um olhar mais atento para a saúde mental.
A psicanalista e vice-presidente do instituto Sow Saúde Integral, Flávia Anjos, destaca que falar sobre “sofrimento emocional” ainda é um tabu entre os brasileiros. “Muitas pessoas acreditam que buscar ajuda psicológica é sinal de fraqueza, quando, na verdade, é um ato de coragem e autocuidado. Precisamos falar mais sobre isso para reduzir o estigma e incentivar as pessoas a cuidarem da sua saúde mental com a mesma seriedade que cuidam da saúde física”.
Nos últimos anos, o tema tem ganhado mais espaço no debate público e nas políticas de saúde, com iniciativas que promovem a conscientização e ampliam o acesso aos serviços psicológicos. Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para garantir que todos recebam o apoio necessário sem receio de discriminação.
Para enfrentar esse desafio, especialistas reforçam a importância de educar a população sobre saúde mental e ampliar as redes de apoio. Somente com um esforço coletivo será possível reduzir o preconceito e oferecer um ambiente mais acolhedor para aqueles que precisam de ajuda.
Atividade física no combate à depressão em idosos
A depressão é uma condição que afeta significativamente a população idosa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a faixa etária com maior prevalência do diagnóstico é a dos idosos entre 60 e 64 anos, com 13,2%. Entre 2013 e 2019, a doença cresceu 48% entre idosos de 75 anos ou mais.
A prática regular de atividades físicas tem se mostrado uma aliada eficaz no combate à depressão nessa faixa etária. Estudos indicam que o exercício físico regular ajuda a melhorar tanto a saúde mental quanto física dos idosos, contribuindo para a redução de sintomas depressivos e de ansiedade.
A profissional de Educação Física, Milena Varella ressalta que “a atividade física regular é fundamental para os idosos, pois além de melhorar a saúde física, promove a liberação de endorfinas, que são neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. Isso contribui significativamente para a redução dos sintomas da depressão”. Incorporar a atividade física na rotina dos idosos não apenas melhora a saúde mental, mas também promove a socialização e a autonomia, fatores essenciais para uma melhor qualidade de vida na terceira idade.
Sobre a Sow
A Sow Saúde Integral é uma associação dedicada ao fortalecimento da saúde integral de crianças, adolescentes e suas famílias, oferecendo atendimentos personalizados e acessíveis que consideram a complexidade e a singularidade de cada caso. Comprometida com a transformação social, a Sow trabalha para mudar a realidade das famílias que atende, contribuindo para a construção de um futuro mais saudável, inclusivo e próspero para todos.